Aloísio
Gurgel do Amaral Jr.*
Ouro em pó é a leitura do
artigoMetaforismo Singular,do
confrade Vianney Mesquita, acadêmico-titular das Academias Cearense da Língua
Portuguesa e Cearense de Literatura e Jornalismo, árcade novo (fundador) da
Arcádia Nova Palmaciana (Palmam qui
meruit ferat).
Leveza e profundidade ali
caminham de mãos dadas em assunto de crítica à Filosofia da Ciência. E esse
tema – sabe-se – é de elaboração dificílima.
Ele desenha no ar, no entanto,
a paisagem precisa - esgrimindocom perfeição o pincel kantiano, tal bóreas
condutor do tempo invernal – e nos dota de certeza quanto à necessidade da
descodificação d’O Elefante e os Cegos. Buscassem
Anchieta Esmeraldo Barreto e Rui Verlaine Moreira (os responsáveis por essa
aventura filosófico-científica) o abono de outra pena, não teriam encontrado
melhor fiança.
Poucos, muito poucos, laboram
crítica ao fazer epistemológico com a proficiência do Literato sob comentário.
Na seleta por ele glosada, estão Bertrand Russel, Freeman Dyson, Richard
Dawkins e Karl Popper. É por aí que se nivela nosso consócio Vianney Mesquita,
na condição de lapidador do diamante ao modo de ideias.
Irresistível, rendi-me à
sedução da crítica e mergulhei fundo na leitura d’O Elefante e os Cegos, cujo exemplar me chegou às mãos por uma das
autoras, a professora doutora Telga Persivo, da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Ceará, brilhante aluna do Curso de Pós-Graduação em
Processo Civil na Universidade de Fortaleza. A cada artigo da coletânea, me
reenviei às palavras do colega acadêmico Vianney Mesquita e comprovei que,
mesmo em terrenos mais áridos, nos quais se cobra o máximo rigor, a pincelada
de um mestre estabelece o diverso.
A leitura da leitura nesse
autor é – e sempre será – ampliação hermenêutica, descoberta de códigos de
acesso até então escondidos bem abaixo dos nossos olhos, reconstituição do
pensamento conduzida pelas mãos de Fídias, transcendência de que carece toda
obra que se proponha à dignidade de uma apreciação valiosa.
Por todas essas razões, a
abonação do Autor de Nuntia Morata
representa um leia-se, cuja
imperatividade conduz a mente ávida a um passeio às ubérrimas pradarias do
conhecimento e aos campos multicoloridos da estética literária.
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